É hora de agir: Priorizar o caminhar e a bicicleta como meios de transporte zero emissões que promovem a paz e a humanização das cidades
Um manifesto para reconhecer que a mobilidade ativa (pedestres e ciclistas)
são essenciais para reduzir as emissões do setor de transportes
em todas as cidades do mundo

Patrícia Espinosa, secretária-executiva da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre a Mudança do Clima) recebe nosso manifesto e parabeniza a iniciativa
O transporte está presente em quase tudo em nossas vidas e representam um papel fundamental nos esforços de mitigação do aquecimento global além de colaborarem na melhoria da qualidade de vida e na saúde das pessoas.
Como emissões que crescem mais rápido do que em qualquer outro setor, os transportes já representam 22% das emissões relacionadas a energia, de acordo com a Agência Internacional de Energia (iea). É consenso que para que estabilizar o aquecimento global em 2 graus Celsius é preciso envolver o setor.
Ainda que a importância dos transportes na luta contra as mudanças climáticas tem sido reconhecida de maneira inédita na COP21 em Paris, com mais da metade dos planos nacionais contendo medidas mitigadoras relacionadas aos transportes, muitos países ainda priorizam soluções em combustíveis e eficiência veicular.
Priorizar combustíveis e eficiência veicular não é suficiente. Os países e as cidades precisam aumentar significativamente suas estratégias para redução de emissões e a mobilidade ativa - caminha e uso da bicicleta - precisa começar a ser incluída nos planos climáticos nacionais.
A mobilidade ativa é um meio de transporte zero emissões que promove a paz e a humanização das cidades, uma importante aliada na luta contra o aquecimento global e doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, estresse e problemas respiratórios). Nas grandes cidades o caminhar e o uso da bicicleta são devidamente reconhecidos como meios de transporte, eles representam entre de 20 a 60% de todos deslocamentos diários. É possível atingir resultados mais rápidos e de maneira mais simples por meio do setor de transportes.
Esse manifesto, assinado por diversos movimentos sociais latino americano, demanda:
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Diretrizes globais e a presença expressa da mobilidade ativa em todas as contribuições nacionalmente determinadas (NDCs);
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A criação de um Grupo de Trabalho de Mobilidade Urbana dentro da UNFCCC, que inclua não apenas especialistas em meio ambiente, mas também a sociedade civil, urbanistas e cientistas sociais de forma a assegurar o entendimento da desigualdade de acesso aos espaços públicos e nos diferentes padrões de deslocamento das pessoas;
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Foco prioritário na mobilidade de baixas emissões, buscando encorajar políticos, gestores, técnicos municipais a garantir que as cidades promovam uma transição modal para meios de transporte de baixo carbono (p.ex. Caminhada e uso da bicicleta);
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Comprometimento claro e imediato com políticas de redução dos limites de velocidade nas cidades e construção de infraestrutura adequada para a caminhada e o uso da bicicleta que leve em conta a inclusão social e a democratização dos espaços públicos;
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Comprometimento claro e imediato com políticas públicas capazes de combater e erradicar as causas subjacentes que limitam a adoção da mobilidade ativa pelas pessoas: toda forma de violência e discriminação. Como parte da violência física, é urgente que combata a violência de gênero, violência institucional, racismo, LGBTIQfobia, violência étnica ou religiosa, dentre outras;
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Encorajar os países a assumirem compromissos para garantir o acesso a bicicletas, priorizando economias de baixo carbono, de maneira a aumentar o uso e o acesso a bicicletas de qualidade como ferramentas de mudança.
Tais compromissos visam:
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Salvar vidas;
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Reduzir as emissões de gases de efeito estufa (além de poluição local que prejudica a saúde humana e animal), ruas seguras, melhoria da qualidade do ar e espaços públicos mais vibrantes e de qualidade;
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Tornar as cidades menos dependentes do automóvel e menos carrocêntricas;
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Reduzir a desigualdade no uso do espaço urbano;
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Garantir que as ruas e espaços públicos sejam mais verdes e seguros; mais confortáveis para as mulheres, crianças e idosos e inclusivas de pessoas muitas vezes tratads como invisíveis como pessoas com deficiência, restrições de mobilidade e catadores de resíduos;
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Promover a justiça climática de maneira a garantir que investimentos e políticas públicas em favor da mobilidade ativa incorportem uma perspectiva de igualdade em pleno acordo com o príncipio da Agenda 2030 de “não deixar ninguém para trás”;
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Demonstrar e inspirar a conhecerem novas formas de viver e se deslocar.
Políticas públicas e projetos de mobilidade podem ao mesmo tempo contribuir para melhorias no desenvolvimento social e metas climáticas. Nosso desafio é grande demais para ser resolvido individualmente. A priorização do caminhar, do uso da bicicleta, do transporte público e do desenvolvimento urbano orientado ao transporte sustentável em planos internacionais, nacionais e locais terão os maiores efeitos na redução de emissão de maneira rápida e eficiente e irão se traduzir também em grandes benefícios financeiros.
O Acordo de Paris uniu o mundo e também inclui a sociedade civil.
Agora, para garantir um futuro próspero, é hora de planejar e, acima de tudo, agir!
Juntos.
QUEM JÁ FAZ PARTE
















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